BULDONHE
MIGUEL TEODORO
Este projeto centra o olhar em territórios cabo‑verdianos. São imagens que viajam no tempo e no espaço, prolongando o período de latência que lhes é necessário para adquirirem a espessura do lugar de onde provêm. Buldonhe é uma palavra crioula que descreve a abordagem de responder directamente a um contexto e a uma necessidade. Olhar o disponível e permitir a refuncionalização de matérias e objectos é uma condição cabo‑verdiana que me fascina.
A montanha estabelece‑se como um elemento ficcional, reconhecendo o seu pendor poético – do fragmento à paisagem. É através dela que nos posicionamos e é por ela que construímos; criamos arquitecturas efémeras que nos elevam e que nos abrigam.
A natureza insular das imagens pode ler-se como uma articulação entre paisagens, momentos e territórios, imagens-ilhas cuja relação se constrói pela coexistência e sequência. Do natural ao construído, de cratera vulcânica ao engenhoso método de conter a matéria numa pequena pilha. Sobre este conflito de escala, de cosmovisões e de concepções espaço‑tempo, recorro a uma reflexão de natureza científica para pensar estas imagens: o tempo não é igual em todo o lugar, ele corre mais devagar onde a gravidade é mais forte. Ou seja, os meus pés são mais jovens do que a minha cabeça.
Miguel Teodoro, Buldonhe. Alix #1, Outono 2020.
CÂMARA
LA LOUPE ET SES ÉCRITS
Fernanda Toniazzi
TERRA OPACA
Nicole Tsangaris e Susana Soares Pinto
SEM MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS
Pedro Magalhães
IF A TREE FALLS IN A FOREST AND NO ONE IS AROUND TO HEAR IT, DOES IT MAKE A SOUND?
Catarina Braga
RUÍNAS E REMINISCÊNCIA
Bernardo Sousa Santos
TRÊS ATELIERS DE ARTISTAS CONTEMPORÂNEAS
Maria João Ferreira
Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade
Faculdade de Belas Artes
Universidade do Porto
Avenida Rodrigues de Freitas, 265
4049-021 Porto
Este trabalho é financiado por fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia, I.P., no âmbito do projecto UIDP/04395/2020