RUÍNA E REMINISCÊNCIA
BERNARDO SOUSA SANTOS
A nossa história decompõe‑se em registos pessoais, sejam eles imagens, sons ou palavras, e é este rasto que nos possibilita, por entre uma miríade de informação, criar uma linha narrativa do que foi uma vida. Outrora documentada em meia dúzia de álbuns, da nascença à morte, é nos dias que correm, pela democratização e acessibilidade à fotografia, um volume bem maior.
As imagens privadas, os instantes de vida arquivados nas nossas casas, permitem‑nos rever uma pequena e inconstante dimensão do tempo passado. A nossa relação com fotografias particulares, mais ainda do que com a fotografia em geral, pode ser complicada. Isto porque o afecto é complicado, a memória é complicada, muito para além da nossa relação com as imagens fotográficas em si.
Nem a memória nem a fotografia são elementos estáticos, vivem em perpétua crise e transformação. Num certo sentido serão sítios de passagem, lugares vagos, alterando‑se com o tempo e mutando sentidos e significados.
Num acto de transgressão e admiração, o que se propõe neste ensaio é a evidência da decomposição histórica pelo acto severo de intervenção física em positivos fotográficos. Estas memórias, tempos lúdicos algures entre os anos 1960 e 1970, já foram de alguém, já tiveram remetente, agora são eco do espaço vago que outrora habitaram.
Bernardo Sousa Santos, Ruínas e Reminiscência. Alix #1, Outono 2020
CÂMARA
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Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade
Faculdade de Belas Artes
Universidade do Porto
Avenida Rodrigues de Freitas, 265
4049-021 Porto
Este trabalho é financiado por fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia, I.P., no âmbito do projecto UIDP/04395/2020